Fonte: Assessoria de Imprensa
30/04/2012
No Dia do Trabalhador, o Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER) lança a campanha “Seja paciente, não seja vítima”, com o objetivo de sensibilizar a sociedade brasileira sobre os riscos decorrentes da radiação ionizante, que é utilizada em exames radiológicos, na imagenologia, radioterapia, medicina nuclear, irradiação e radioinspeção de segurança.
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De acordo com a presidenta do CONTER Valdelice Teodoro, além de promover a conscientização da comunidade, a campanha tem o objetivo de dar visibilidade aos profissionais das técnicas radiológicas, que desempenham um importante papel nas equipes multiprofissionais de saúde e em setores estratégicos da economia brasileira.
“Infelizmente, os profissionais que representamos enfrentam uma situação difícil. A maioria dos estados e municípios brasileiros não respeitam o piso salarial da categoria, que é de R$ 1.526,00. Empresários inescrupulosos usam subterfúgios para burlar a legislação que rege a profissão, num claro ato de respeito aos direitos adquiridos da classe. Tomamos a iniciativa de lançar a campanha para que os brasileiros tomem conhecimento da realidade. Não é fácil, precisamos de uma mudança de consciência”, argumenta Valdelice Teodoro.
Para você entender melhor do estamos falando, vale a pena tomar nota de algumas informações. A profissão do Auxiliar, do Técnico e do Tecnólogo em Radiologia é regulamentada pela Lei n.º 7.394/85 e normatizada pelas resoluções do CONTER, que ampara uma série de requisitos para garantir a segurança dos trabalhadores, dos pacientes e clientes de serviços que usam como fonte a radiação ionizante, a mesma dos exames de raios X que você faz no hospital quando quebra um osso.
A radiação ionizante é uma tecnologia que pode salvar vidas, em tratamentos contra cânceres e em casos de fratura, por exemplo. Mas essa mesma tecnologia pode causar sérios problemas de saúde, caso seja utilizada sem critérios técnicos. Em linhas gerais, significa dizer que os raios X não têm cheiro, não têm cor e não podem ser vistos, mas seu efeito é extremamente potente.
Por medida de segurança, os profissionais das técnicas radiológicas só podem trabalhar 24 horas por semana. Isso se deve ao fato de que a radiação ionizante, emitida pelos equipamentos de radiodiagnóstico e de radioterapia, podem fazer mal à saúde do profissional e dos pacientes, caso sejam expostos mais do que o permitido legalmente.
Contudo, o que era para ser uma medida de segurança, acabou se tornando um viés para empresários inescrupulosos, que estão contratando outros profissionais, sem formação adequada, para operar equipamentos de raios X em clínicas, hospitais, terminais aeroviários e setores industriais. Fazem isso por que não há impedimento legal para que esses outros profissionais trabalhem até 44 horas por semana. Com a contratação desses trabalhadores sem formação específica, os contratantes conseguem economizar e maximizar lucros, sem nenhuma justiça social.
Lamentavelmente, a maioria dos pacientes e clientes não procura saber quem está realizando seu exame ou inspeção e acaba se tornando presa fácil para aqueles que querem ganhar dinheiro à custa da saúde da população brasileira.
“Tudo é muito claro. Você contrataria um padeiro para construir sua casa? Aceitaria que um arquiteto pilotasse o avião que você vai sair de férias? Ou, quem sabe, deixaria que um analfabeto fosse o professor do seu filho? Supomos que não. Então, a partir de agora, quando for realizar um exame radiológico, exija ser atendido por um profissional das técnicas radiológicas”, defende o diretor financeiro do CONTER Abelardo Raimundo de Souza.
Não espere que outras pessoas cuidem disso para você. Infelizmente, entre os bons profissionais existem milhares de pessoas incapazes, preocupadas somente com o lucro dos seus negócios. Procure saber quem está te atendendo. O pré-requisito para ser um bom profissional das técnicas radiológicas é ter formação adequada e colocar o ser humano em primeiro lugar. Obviamente, todos precisam dos salários para sobreviver, mas essa não é a prioridade absoluta de quem trabalha com uma tecnologia insalubre, que incorre riscos de morte.
“Para se ter uma ideia do que estamos falando, os Técnicos em Radiologia estudam, no mínimo, 1.200 horas sobre radiação ionizante. Os Tecnólogos em Radiologia, um mínimo de 2.400 horas sobre o assunto. Já os profissionais sem habilitação estudam apenas entre 60 e 80 horas sobre a disciplina de imagem médica, em cursos direcionados para outra área da ciência”, analisa o diretor secretário do CONTER Valtenis Aguiar Melo.
Vale pontuar que, para exercer a profissão na área das técnicas radiológicas, o trabalhador precisa estar devidamente inscrito no Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia e respectivo Conselho Regional de Técnicos em Radiologia (CONTER/CRTRs), que é a autarquia federal responsável por fiscalizar e normatizar a área no Brasil.
SOBRE O CONTER – O Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER) foi criado em 4 de junho de 1987. Tem como finalidade o registro profissional das pessoas físicas legalmente habilitadas e anotações das pessoas jurídicas para o exercício da profissão, do Auxiliar, do Técnico e Tecnólogo em Radiologia, cabendo ainda a normatização da profissão. Realiza efetiva fiscalização do exercício profissional, inclusive, das empresas com objeto ligado à Radiologia. Nos Estados, o braço executor do CONTER são os Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia (CRTRs), que mantêm rotas sistemáticas de fiscalização pelo país. O Sistema CONTER/CRTRs é composto pela entidade nacional e mais 19 Regionais, que cobrem todos os Estados brasileiros. Atualmente, o Sistema CONTER/CRTRs representa mais de 84 mil profissionais das Técnicas Radiológicas em todo o Brasil.