20/11/2011 13:48
G1 / WQ
O FDA, órgão do governo norte-americano que regula a produção de remédios no país, retirou nesta sexta-feira (18) a aprovação do bevacizumabe – cujo nome comercial é Avastin – para o tratamento do câncer de mama.
A medida não significa, no entanto, a proibição da venda do remédio, pois ele ainda é considerado eficaz para outros tipos de câncer, como o colorretal, o de rim e o de pulmão. Ele apenas perderá o selo de aprovação do FDA.
A decisão é o resultado de uma análise de estudos que comparam a eficácia e a segurança do medicamento. Segundo nota publicada pelo FDA, “os riscos do avastin incluem grande aumento da pressão sanguínea; sangramentos e hemorragias; ataques ou falhas do coração; e o desenvolvimento de perfurações em diferentes partes do corpo, como nariz, estômago e intestino”.
O texto diz ainda que exames clínicos de pacientes de câncer de mama que usaram o remédio “mostram apenas um pequeno efeito sobre o crescimento do tumor, sem evidência de que os pacientes viveram mais ou tiveram maior qualidade de vida, em comparação com os que usaram somente a quimioterapia convencional”.
O Medicare, sistema de saúde federal dos EUA para pessoas com mais de 65 anos, anunciou que, apesar da decisão do FDA, vai continuar oferecendo o avastin para pacientes com câncer de mama
No Brasil
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permite o uso do remédio para o tratamento do câncer de mama e metástase, mas ressalta que sua utilização deve acontecer em conjunto com a de um quimioterápico chamado paclitaxel. A decisão do órgão regulador brasileiro também foi baseada em estudos e é igual à posição da EMA (Agência Europeia de Medicamentos, sigla em inglês).
A assessoria de imprensa da Roche, laboratório responsável pela produção do avastin, diz que o efeito do remédio para o câncer de mama é “suportado por estudos clínicos” e que a decisão americana não afeta o mercado brasileiro.